quinta-feira, 2 de julho de 2009

Exposição de Alberto Bitar segue em cartaz até 6ª




Encerradas na poeira dos álbuns de família, imagens reescrevem o que a memória, em suas limitações, não conseguiu guardar: cenários, rostos, instantes congelados que hoje preenchem as lacunas do nosso esquecimento. Em “Efêmera Paisagem”, Prêmio Banco da Amazônia de Artes Visuais 2009, o fotógrafo Alberto Bitar faz o caminho inverso: as fotografias que não foram feitas, o que não foi documentado e que existe apenas na memória afetiva é reconstruído por meio da imaginação, da saudade, da melancolia. O trabalho, constituído por 19 fotografias e um vídeo, segue em cartaz no Espaço Cultural do Basa até sexta-feira (3), com entrada franca.

Em imagens fluidas captadas do interior de veículos em movimento, Bitar relembra as viagens que fazia com a família quando criança. A companhia dos pais e irmãs, os lugares e a estrada que parecia não ter fim são matérias-primas deste trabalho. “Lembro das viagens que fazia com a família para Mosqueiro, para onde ainda tínhamos que atravessar de balsa. Como demoravam aquelas viagens! Para criança, sempre demora”, recorda o fotógrafo. Momentos como esses foram determinantes para a formação do olhar do artista, que iniciou profissionalmente na fotografia em 1992. “Lembro que a primeira fotografia que fiz foi em um desses passeios, quando peguei a câmera escondido e apertei um disparador pela primeira vez”.

De lá pra cá, em uma trajetória marcada por registros obscuros e nostálgicos acerca do ambiente urbano, Bitar vem desenvolvendo ensaios pessoais e esta é sua quarta exposição individual. Diferente de “Solitude” (1994), “Hecate” (1997) e “Passageiro” (2005), “Efêmera Paisagem” traz, pela primeira vez, a utilização da cor. “Aqui, a cor encontra-se em uma integração profunda com o processo fotográfico, com a experiência interna e pessoal do fotógrafo. A paisagem monocromática deixa-se banhar ora de verde, ora de azul ou de vermelho, velando a nitidez e revelando sentimentos que são do artista e daquele que observa”, destaca Marisa Mokarzel, curadora da mostra.

Tons de cinza conduzem o espectador em uma viagem pela memória no vídeo que compõe a mostra. Sob o mesmo nome do ensaio fotográfico, o audiovisual é composto por imagens captadas em 2005, quando Bitar retornava do interior do Estado para Belém, e foi o ponto de partida para a concepção de todo o trabalho. O vídeo foi selecionado pelo programa Rumos Artes Visuais do Itaú Cultural e percorre o Brasil em exposições em São Paulo, Rio Branco, Salvador e Rio de Janeiro ainda este ano.

SERVIÇO: Exposição “Efêmera Paisagem”, de Alberto Bitar. Em cartaz até o dia 3 de julho no Espaço Cultural do Banco da Amazônia (av. Presidente Vargas, 800, Belém-PA). Visitação de segunda a sexta, das 9h às 17h. Informações e agendamento de visitas: (91) 4008-3334/ 3670. Entrada franca.

Fonte:(Diário do Pará)

Um comentário:

Lucas Buchalle disse...

gostaria de entrar em contato com o fotografo Alberto Bitar, como faço? Desde já agradeço!